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Agora imagine um tipo de dinheiro que funciona como espécie, viaja na velocidade de uma mensagem de WhatsApp e não entra em pânico toda vez que o mercado oscila. Essa é a proposta das stablecoins — moedas digitais criadas para fazer menos barulho e mais trabalho.
E não, elas não são apenas “cripto que não cai” (embora isso ajude). Representam uma evolução lógica do dinheiro. E, sim, têm um papel importante no novo sistema financeiro que está se formando.
Em termos simples, uma stablecoin é uma moeda digital projetada para manter um valor estável ao longo do tempo — geralmente atrelado a moedas fiduciárias, como o dólar ou o euro.
A grande diferença em relação a outras criptos, como o Bitcoin ou o Ethereum? Estabilidade. Você pode enviar, receber ou guardar — sem o risco de perder metade do valor da noite para o dia.
Essas moedas operam em blockchains como Ethereum ou Solana, o que significa que funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana, em qualquer lugar do mundo. E mais: são programáveis — dinheiro com lógica embutida.
Porque elas já estão sendo usadas — e não apenas por bilionários do Vale do Silício, mas por pessoas comuns:
E não para por aí. As stablecoins já são amplamente utilizadas em contextos corporativos e institucionais:
A equação aqui é simples: Rápido + Barato + Estável = Útil.
Segundo a CoinMetrics, o volume mensal de transações com stablecoins ultrapassou US$ 900 bilhões em 2024, com destaque para USDT, USDC e DAI. E mais: cerca de 70% desse uso ocorre fora dos EUA, especialmente em países com instabilidade cambial ou acesso limitado a serviços financeiros tradicionais (Chainalysis, 2024).
A Artemis vai além: só em janeiro de 2024, stablecoins movimentaram mais do que a Mastercard — cerca de US$ 1,5 trilhão em transações, superando uma das maiores redes de pagamento do planeta. E o volume anual ultrapassou US$ 26 trilhões.
“Stablecoins have quietly become the most used crypto asset for real-world activity — especially in economies where the financial system is failing.”especially in economies where the financial system is failing.” — Chainalysis, Geography of Cryptocurrency Report, 2024.
O uso é especialmente acelerado em regiões como Ásia, América Latina e África. Países como Argentina, Turquia, Vietnã e Nigéria lideram em volume proporcional, segundo Artemis — locais onde inflação, controle cambial ou baixa bancarização tornam alternativas digitais mais viáveis.
Empresas como a Bitso lideram essa transformação na América Latina. Lançaram a MXNB, uma stablecoin lastreada no peso mexicano, e promovem pagamentos internacionais com USDC e USDT.
Além disso, impulsionam a inovação com o programa The Push, voltado a startups de blockchain e finanças digitais. Um exemplo prático do uso de stablecoins ganhando escala na economia real.
Enquanto o Bitcoin oscila como uma montanha-russa, as stablecoins foram desenhadas para ser... chatas. E quando o assunto é dinheiro, “chato” pode ser o melhor elogio possível.
Existem três mecanismos principais:
As mais confiáveis, em geral, são as lastreadas e auditadas. Como regra prática: se for difícil entender como funciona, desconfie.
“The credibility of a stablecoin lies in the transparency of its reserves and the logic of its architecture — not in brand or marketing.” — BIS Bulletin No. 58, 2023.
"Nem toda moeda que se diz estável se comporta como tal." — The Block, 2023 Stablecoin Risk Report.
Com stablecoins, você pode fazer muito mais do que parece à primeira vista:
Além disso, stablecoins são o alicerce do universo DeFi — o ecossistema de finanças descentralizadas, onde é possível investir, emprestar ou tomar crédito sem precisar de autorização de bancos ou instituições.
"Stablecoins são a camada base da nova infraestrutura financeira digital." — Gartner, 2024 Digital Finance Outlook.
Depende. Algumas stablecoins são sérias, auditadas e transparentes. Outras, nem tanto.
Antes de confiar, vale fazer algumas perguntas básicas:
Já vimos colapsos que custaram bilhões. Então, sim: vale a pena olhar com lupa antes de colocar seu dinheiro.
Governos e instituições financeiras já estão entrando no jogo.
"Stablecoins could become systemic — and their design will influence not just payment systems, but central bank strategies." — IMF Fintech Notes, Vol. 2023/4
Apesar do crescimento, a Artemis aponta desafios importantes:
A boa notícia? Esses obstáculos são superáveis — e o investimento institucional indica que esse movimento veio para ficar.
A maioria das pessoas nunca precisou pensar em como o dinheiro realmente funciona. A gente cresce achando que dinheiro é banco, cartão, aplicativo — e pronto.
Mas há um novo sistema nascendo por baixo de tudo isso. Um sistema mais lógico, mais ágil, mais programável.
Stablecoins não prometem enriquecer ninguém. Mas podem mudar profundamente a forma como a gente ganha, gasta e guarda valor. Elas representam uma transição silenciosa — mas estratégica.
Porque, na matemática do dinheiro, estabilidade e utilidade vencem hype e especulação.
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