banner

Do core banking ao beyond banking: como a inovação está moldando o futuro do setor bancário

escrito por ilegra

4 minutos de leitura

Painel de discussão com cinco pessoas no palco do Febraban Tech 2025, em São Pauo

Entenda o conceito de beyond banking e descubra como bancos brasileiros estão evoluindo com inteligência artificial, dados e hiperpersonalização para transformar a experiência financeira.

O setor bancário brasileiro segue como um dos mais inovadores do mundo. Com investimentos que superam R$ 50 bilhões ao ano em tecnologia, os bancos estão indo além dos serviços tradicionais para se tornarem plataformas cada vez mais completas de soluções.

Essa trajetória foi a discussão central do painel “Do core banking ao beyond banking: a evolução permanente dos bancos”, durante o Febraban Tech 2025, o maior evento de tecnologia e inovação financeira do país, ocorrido entre os dias 10 e 12 de junho, em São Paulo.

Caroline Capitani, VP de Estratégia e Inovação da ilegra, participou da conversa ao lado de Marcos Carvalho, Superintendente Nacional do Varejo no Norte e Nordeste da Caixa, Michele Vital, Diretor do Itaú Unibanco e Rodrigo Cordeiro, Diretor Vice-Presidente do Banco ABC Brasil.

O debate aprofundou-se no conceito de beyond banking e como as inovações tecnológicas estão moldando o futuro dos serviços financeiros e desafiando o modelo bancário convencional. Neste artigo, compartilhamos alguns insights importantes do painel.

O que é beyond banking?

O conceito de beyond banking representa a evolução do setor bancário em direção a um papel mais amplo na vida dos consumidores. É uma estratégia que permite aos bancos ampliar seu ecossistema de serviços, tornando-se um ponto de referência para as necessidades mais amplas dos clientes, aumentando a fidelização e a competitividade.

As organizações financeiras veem como uma forma de fidelizar, entender seus clientes e ampliar a entrega de valor para eles. E isso inclui conexão com ecossistemas digitais; oferta de serviços integrados via APIs e marketplaces; e experiências que vão além da gestão financeira.

Para Caroline Capitani, esse movimento é apenas o começo.

“Estamos diante de uma reestruturação do papel dos bancos na sociedade. Precisamos pensar em ‘banking as a journey’, com experiências contínuas, hiperpersonalizadas e sem fricção.” - destacou.

A hiperpersonalização em escala torna-se essencial nesse novo cenário, exigindo que os bancos combinem dados, tecnologia e design de experiência.

Inteligência Artificial nos bancos

Marcos Carvalho, da Caixa, destacou a inteligência artificial como tecnologia estruturante da nova era bancária. O executivo citou a previsão da IBM que indica que, até 2028, a IA Generativa deve impulsionar a criação de mais de um bilhão de aplicativos nativos da nuvem.

Além disso, Carvalho afirma que a FOMO (Fear of Missing Out), o medo de ficar de fora das tendências, já chegou no setor bancário, o que reforça ainda mais a importância de levar o beyond banking para todas as frente do banco, inclusive às agências físicas, focando cada vez mais na experiência do cliente.

Personalização bancária baseada em dados

Michele Vital, do Itaú Unibanco, reforçou que a ideia de que o modelo de banco “para todo mundo” não funciona mais, os bancos precisam se adaptar a diferentes perfis de clientes, deixando para trás os modelos padronizados. A chave está nos dados, que guiam decisões mais acertadas — mas sem fórmulas prontas:

“Não existe receita de bolo. É preciso equilíbrio para personalizar com inteligência”, acredita.

Essa abordagem exige plataformas tecnológicas robustas e flexíveis, capazes de transformar dados em ações estratégicas.

Escuta ativa e conveniência digital

O beyond banking coloca o cliente do centro, por isso, Rodrigo Cordeiro, do Banco ABC Brasil, destacou a importância de ouví-lo para criar produtos financeiros realmente relevantes. Segundo ele, a conveniência, a facilidade para o usuário e a qualidade do serviço são os diferenciais competitivos no ambiente digital:

“A tecnologia permite escalar com baixo custo e alta personalização, desde que se entenda o cliente como único”, ressaltou.

O futuro dos bancos é digital, personalizado e contínuo

A jornada do core banking ao beyond banking não tem ponto final. É uma transformação contínua, que exige visão estratégica, adoção de novas tecnologias como IA e foco total na experiência do cliente.

O painel se destacou pela pluralidade de olhares sobre o futuro dos bancos, reunindo representantes de instituições com perfis e escopos de atuação distintos. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, trouxe uma perspectiva marcada pela inclusão social e capilaridade, ao relatar como o beyond banking também se materializa em regiões remotas, como comunidades ribeirinhas da Amazônia, onde o acesso ao sistema financeiro tradicional ainda é limitado.

Já o Itaú Unibanco tem uma visão tecnológica mais madura, reflexo de um processo de transformação digital que já vem sendo desenvolvido há anos, permitindo escalar personalização e eficiência com base em dados. O Banco ABC Brasil, por sua vez, trouxe o olhar de um banco de atacado, voltado ao relacionamento com empresas e à entrega de valor no ambiente corporativo.

Complementando o debate, a ilegra contribuiu com sua visão consultiva e estratégica, baseada na vivência com múltiplos projetos de inovação no setor, reconhecendo os entraves internos e as oportunidades reais para que os bancos avancem em suas jornadas para além do tradicional.

Compartilhe esse post: