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Gartner Symposium 2025: como tecnologia, pessoas e estratégia moldam o futuro da IA

escrito por ilegra

4 minutos de leitura

Reunião de negócios com profissionais analisando gráficos e dados no tablet, buscando insights e ideias para estratégias de sucesso.

Os principais aprendizados do Gartner Symposium 2025: IA além do hype, prontidão humana, governança e tendências que vão definir o futuro dos negócios.

Durante o Gartner IT Symposium/Xpo™ 2025, a ilegra acompanhou de perto as discussões que estão moldando o futuro da tecnologia e dos negócios. O evento marcou uma virada de chave importante na corrida da inteligência artificial: depois do entusiasmo da adoção, entramos na fase mais desafiadora de capturar e sustentar valor real.

Os números deixam claro o tamanho do desafio. Apenas 1 em cada 5 projetos de IA gera ROI mensurável, e só 1 em 50 entrega transformação real. Embora 74% dos CFOs percebam ganhos de produtividade, apenas 11% enxergam retorno financeiro claro. O problema não está na tecnologia, está nas pessoas. A lacuna entre a prontidão tecnológica e a prontidão humana é o novo ponto crítico da transformação digital.

A corrida pela prontidão: do hype ao impacto

O Gartner Symposium define essa jornada como o Golden Path, o “caminho dourado” rumo ao valor transcendente da IA. Ele passa por quatro estágios: Encontrar valor (prontidão tecnológica): compreender o potencial da tecnologia, seus custos e fornecedores.

  • Capturar valor (prontidão humana): preparar a força de trabalho e desenvolver novas competências.

  • Sustentar valor (prontidão organizacional): alinhar a liderança e criar modelos de governança sólidos.

  • Transcender limitações: combinar prontidão tecnológica e humana para antecipar as ondas de disrupção que moldarão o mercado até 2030.

Essa rota deixa evidente que tecnologia e pessoas precisam evoluir juntas. A IA já está pronta mas os humanos ainda não.

Custos invisíveis e o desafio da governança

O relatório apresentado no Symposium também trouxe um alerta sobre o “transition mortgage”, ou “hipoteca da transição”: para cada 100 dias de implementação de IA, são necessários até 200 dias adicionais para gestão de mudanças. O custo real da inovação inclui tempo, adaptação e governança.

Além disso, cresce o debate sobre soberania digital e o risco de model lock-in, dependência excessiva de plataformas regionais. O Gartner estima que 35% dos países estarão expostos a esse risco até 2027. A resposta passa pela tokenização, anonimização de dados e playbooks de governança que equilibrem valor, risco e escalabilidade.

O futuro é autônomo (e humano)

Entre os conceitos mais provocativos do Symposium está o avanço dos Agentes Autônomos, sistemas de IA especializados que aprendem e agem com autonomia. Hoje, apenas 17% das empresas utilizam, mas 42% planejam adotá-los em 12 meses, sinalizando a próxima onda da automação inteligente. No setor financeiro, essa tendência já cria os bancos autônomos e os clientes-máquina, agentes não humanos que consomem produtos e serviços de forma independente. Até 2029, devem representar 25% das interações bancárias.

Ainda assim, o fator humano permanece central. O futuro do trabalho será híbrido, unindo máquinas e pessoas em colaboração contínua. Novas funções emergem como a engenharia de contexto, responsável por reduzir erros e aprimorar a precisão da IA e o profissional do futuro se torna um verdadeiro “canivete suíço digital”, combinando pensamento crítico, adaptabilidade e domínio de ferramentas inteligentes.

A revolução na experiência: IA e conversas que importam

Outro destaque do Symposium foi a revolução na comunicação com IA, impulsionada pelo WhatsApp como principal canal global de relacionamento entre marcas e pessoas. Integrado à inteligência artificial, o aplicativo passou a orquestrar jornadas completas de marketing, vendas e suporte.

O impacto é expressivo: 74% das empresas melhoraram o desempenho comercial e 72% aprimoraram a experiência do cliente.

Essa integração mostra que o diferencial competitivo não é mais o produto, mas a experiência fluida, personalizada e construída no canal certo.

Conclusão: O que realmente fica do Gartner Symposium 2025

O Evento deixa uma mensagem contundente: a transformação digital só avança quando tecnologia, pessoas e estratégia caminham juntas. A IA já atingiu maturidade técnica, o grande desafio agora é humano e organizacional. Não se trata apenas de adotar ferramentas, mas de desenvolver competências, fortalecer a governança e criar condições reais para que o valor aconteça.

As próximas ondas como Agentes Autônomos, clientes-máquina, soberania digital e novas dinâmicas de trabalho exigem decisões profundas sobre como as empresas querem evoluir. O verdadeiro diferencial não está na velocidade da inovação, mas na capacidade de transformá-la em impacto concreto.

Se há uma lição central do evento, é esta: valor não vem do hype, e sim da combinação entre visão, preparo e execução. O futuro será definido menos pelo que a tecnologia promete e mais pela maturidade com que cada organização escolhe utilizá-la.

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